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Trabalho pode comprometer formação física e psicológica da criança e do adolescente
“A criança não é a miniatura de um adulto. Ela é um ser em desenvolvimento e precisa de sua infância preservada. Permitir a exploração do trabalho infantil é manter o ciclo de miséria e deformidade física e psicológica de crianças e jovens”, disse Gerson Coutinho Estrela, médico do trabalho, que explanou na tarde desta segunda-feira (19) sobre os impactos do trabalho precoce. Segundo o médico, os malefícios do trabalho infantil afetam tanto aspectos físicos quanto psicológicos. A afirmação foi feita durante a 1ª Videoconferência - Briefing Estadual de Combate ao Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador, promovida pelo Fórum Estadual de Erradicação do Trabalho Infantil e Proteção ao Adolescente Trabalhador da Bahia (Fetipa), com o apoio do Ministério Público estadual, por meio do Centro de Apoio Operacional da Criança e do Adolescente (Caoca).
A Videoconferência, aberta pela promotora de Justiça Andrea Ariadna, presidente do Fetipa, teve como objetivo debater a temática, a fim de salvaguardar os direitos da criança e do adolescente, contribuindo para a concretização do principio constitucional da prioridade absoluta no estado da Bahia. Durante o evento, representantes do Caoca apresentaram um panorama da situação de trabalho infantil no estado baiano. Segundo dados da Secretaria de Direitos Humanos e do Disque 100, na Bahia, em 2015, foram registrados 338 casos de exploração infantil. Até junho de 2016, este número já está em 178. Em Salvador, o ano passado foram 93 casos e, este ano, 43 registros de exploração infantil já foram feitos.
Gerson Estrela explicou que as crianças exploradas desenvolvem de forma precoce deformidades osteoarticulares, como hérnia de disco, lombalgia, entre outras doenças que são agravadas na fase adulta. No aspecto psicológico, os danos são irreversíveis quanto à formação e desenvolvimento mental e intelectual, afirmou. A “Aprendizagem no Setor Público” e o redesenho do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) e Formação dos Comitês Intersetoriais Municipais também compuseram a programação. O evento foi transmitido em vídeo para diversos municípios baianos, a partir do espaço do Instituto Anízio Teixeira, em Salvador.