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Palestra sobre amor e sexo e homenagens marcam abertura oficial da Semana do MP
Palestra sobre amor e sexo e homenagens
marcam abertura oficial da Semana do MP
O reconhecimento da luta pela inclusão social, do trabalho em favor dos mais necessitados, da defesa da educação e dos direitos da mulher marcou a abertura oficial da ‘Semana do Ministério Público’, realizada na noite de ontem, dia 10, no auditório da sede do Ministério Público do Estado da Bahia. O músico Carlinhos Brown e a educadora Amabília Vilaronga Pinho de Almeida foram os agraciados com a ‘Medalha do Mérito do Ministério Público’, pelos relevantes serviços prestados à sociedade. Já o ‘Prêmio J.J. Calmon de Passos’, destinado a pessoas e organizações que tenham se destacado na defesa dos direitos humanos, foi concedido à Fundação Lar Harmonia, instituição que presta assistência social a famílias carentes em Salvador, beneficiando cinco mil pessoas todos os meses. O Ministério Público também prestou uma homenagem especial às Obras Sociais Irmã Dulce (Osid), em comemoração ao centenário da beata. Presidida pelo procurador-geral de Justiça Márcio Fahel, a solenidade contou ainda com apresentação da orquestra juvenil Neojibá e com palestra da escritora Regina Navarro Lins, que falou sobre o amor e o sexo.
Com uma trajetória de vida marcada pela luta por uma educação de qualidade e defesa dos direitos das mulheres, a ex-deputada estadual Amabília Almeida compartilhou a honraria com todos os professores e mulheres do estado. Agradecendo ao Ministério Público pela significativa medalha, ela afirmou que é preciso aproveitar com sabedoria as oportunidades da vida e, “se pudermos possibilitar ao outro alguma oportunidade, aí é que reside a verdadeira sabedoria”. A cidade de Salvador é um celeiro de oportunidades, complementou o músico Carlinhos Brown, conclamando todos a investirem mais em ações de defesa social. “Não há mérito em colaborar com o outro; isso é um desígnio divino”, afirmou o cantor. Já a presidente da Fundação Lar Harmonia, Cristiane Silveira, falou sobre a série de atividades desenvolvidas pela instituição em favor de famílias carentes desde 1994 e compartilhou o Prêmio J.J. Calmon de Passos com todas as pessoas que trabalham de forma voluntária na fundação. Situada no bairro de Piatã, em Salvador, a entidade mantém uma creche, escola, núcleo de assistência jurídica, ambulatório médico-odontológico, núcleo de assistência psicológica e oficinas profissionalizantes, dentre outros serviços gratuitos.
Combate à corrupção
Além de parabenizar todos os homenageados pelo importante papel que desempenham na sociedade, o procurador-geral de Justiça Márcio Fahel falou em seu discurso sobre o combate à corrupção. Segundo ele, além de investir nas instituições de controle, como o Ministério Público e os Tribunais de Contas, é preciso cada vez mais incentivar a participação do povo nas questões locais regionais e nacionais. “Sem a participação popular, ou seja, sem o controle social, os órgãos de controle público tornam-se herméticos e burocráticos e se deslegitimam gradualmente”, disse. Por isso, sem prejuízo das medidas repressivas, legislativas e administrativas, é preciso, segundo Fahel, apostar em campanhas educativas que difundam a consciência ética, especialmente para os mais jovens, “numa verdadeira atividade pedagógica e simbiótica, em que o agente público não é necessariamente o detentor da verdade”, e dialogar abertamente com os agentes políticos e econômicos, “encerrando, de uma vez por todas, qualquer ideia de superioridade moral e descrença nas pessoas”.
Amor e sexo
A evolução do relacionamento humano no ocidente foi o tema abordado pela psicanalista Regina Navarro Lins na palestra magna da noite. A escritora, que integra o elenco do programa “Amor&Sexo” da Rede Globo, fez uma viagem na história para apresentar como as ideias sobre o amor e sobre o sexo foram evoluindo ao longo dos séculos. Segundo ela, por muito tempo imperou na sociedade a mentalidade da dominação do homem sobre a mulher, fruto do sistema patriarcal, que se sustentava pelo controle da fecundidade. Com a chegada da pílula anticoncepcional houve uma revolução na vida das mulheres, que foi refletida também numa maior liberdade para os homossexuais, pois o sexo deixava de ser encarado como apenas um mecanismo de reprodução humana para ser visto sob a ótica do prazer. Ela lembrou que, atualmente, muitas mulheres são independentes financeiramente, mas isso não significa que elas sejam autônomas. “Uma mulher autônoma é aquela que não é mais subjugada. Existem muitas mulheres que ganham muito dinheiro, mas que não têm autonomia sobre suas vidas. Elas ajustam a sua imagem aos interesses do homem”, afirmou. A psicanalista também falou sobre o amor romântico. “O problema do amor romântico é que ele é calcado na idealização. As pessoas quando se casam se frustram porque, na convivência, com a intimidade, é impossível manter essa idealização”. Mas, segundo Regina Navarro, as relações amorosas estão mudando vigorosamente e as concepções sobre o amor, o sexo, o casamento e a exclusividade de parceiros, sofrerão uma nova revolução. “O momento que vivemos é muito interessante porque está abrindo espaço para que cada um possa encontrar a sua melhor forma de viver”, concluiu.
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