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Bahia sedia I Encontro Nacional de Psicólogas (os) do Ministério Público brasileiro
Os desafios da psicologia no âmbito jurídico e o debate de formas de aprimoramento do trabalho desempenhado pelos psicólogos nos Ministérios Públicos foram discutidos hoje, dia 17, no ‘I Encontro Nacional de Psicólogas (os) do Ministério Público brasileiro’, que ocorreu na sede do MP estadual da Bahia, em Salvador. Estiveram presentes cerca de 100 psicólogas (os) de 17 estados que integram os Ministérios Públicos estaduais, Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público Trabalho (MPT), Ministério Público Militar (MPM), Ministério Público de Contas (MPC) e Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). “A Constituição Federal de 88 ampliou o campo de atuação do MP, estabelecendo seu papel como instituição essencial à função jurisdicional do Estado. E para dar cumprimento a todas essas demandas é necessário termos na instituição profissionais das diversas áreas do conhecimento como a psicologia”, destacou a promotora de Justiça Márcia Teixeira, coordenadora do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos (CAODH), durante a mesa de abertura do evento. Também estiveram presentes a vice-presidente do Conselho Federal de Psicologia, Ana Sandra Fernandes Arcoverde; a psicóloga Ivana Ventura, conselheira do Conselho Regional de Psicologia da 3ª Região - Bahia; e a integrante da Coordenação de Direitos Humanos do Conselho Federal de Psicologia, Maria de Jesus Moura.
“O MP baiano foi um dos primeiros do país a ter psicólogos efetivos em seu quadro de servidores, o que contribuiu para o aprimoramento e continuidade do trabalho desenvolvido na instituição”, afirmou a psicóloga Ivana Ventura. Na ocasião, a psicóloga Maria de Jesus Moura apresentou a campanha ‘Psicologia contra o discurso de ódio e a violência’. “Percebemos no ano passado um aumento dos discursos de ódio, principalmente nas redes sociais. Por isso decidimos fazer uma campanha para ressaltarmos que a psicologia não vai pactuar com qualquer tipo de violência e ódio”, afirmou. A programação foi aberta com a mesa-redonda ‘A Interface das psicologias com os direitos no âmbito do Ministério Público brasileiro’, que foi coordenada pela psicóloga Carla Pinheiro França do MP da Bahia, e contou com os palestrantes Luís Guilherme Galeão da Silva, professor da Universidade de São Paulo (USP) e Ana Luísa de Araújo Dias, especialista em Gestão em Saúde pela Escola Nacional de Saúde Pública. A mesa teve ainda como debatedora a psicóloga Ariane Senna, mulher trans, ativista social e mestranda em Estudos Étnicos e Africanos pela Universidade Federal da Bahia (UFba).
“Vivemos em uma sociedade que transforma a diferença em desigualdade”, destacou o professor Luís Guilherme da Silva. Já a psicóloga Ana Luísa Araújo Dias falou sobre o tema ‘Psicologia e relações raciais’. Ela explicou como o racismo impacta na sociedade causando graves violências estruturais e institucionais e sobre a importância do tema estar inserido na ‘pauta de cuidado’ dos psicólogos. Para a ativista social, psicóloga e mulher trans Ariane Senna “é muito triste saber que a Constituição Federal e a psicologia não bastam por si. Vivemos num país que mais mata travestis e transexuais no mundo”. A programação contou ainda com uma apresentação do levantamento do perfil das psicólogas (os) do Ministério Público brasileiro, apresentado pelo psicólogo do Ministério Público de Pernambuco, Leonardo Xavier, e pelo psicólogo do MP da Bahia, Rafael Torres de Cerqueira. O evento continua amanhã, dia 18.
Crédito das fotos: Guilherme Weber - Rodtag
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