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Psicólogo Alessandro Marimpietri fala sobre transformação digital e humanização no último dia da Semana do MP
“A explosão digital nos convoca enquanto humanos a discutir qual o lugar dessa perspectiva na nossa vida. Que tipo de uso faremos dessa tecnologia? Criamos uma sensação de urgência e desaprendemos a esperar. Depois da tecnologia digital, vivemos cada vez mais apressados e isso aumenta a ansiedade e o nosso adoecimento mental”. Com essa indagação, o psicólogo e doutor em ciências da educação, Alessandro da Fonseca Marimpietri, abriu a palestra ‘Transformação digital e humanização’, na manhã dessa quarta-feira (16), último dia da Semana do MP 2020. A mesa contou com a presença do promotor de Justiça Tiago Quadros, coordenador do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf); e com as debatedoras Larissa Dantas Guimarães, coordenadora de Gestão da Qualidade de Vida no Trabalho do Ministério Público estadual; e Guidia Santiago Andrade, assessora técnico-jurídica do MP.
O psicólogo falou também sobre os sentimentos de incerteza e imprevisibilidade trazidos pela pandemia do coronavírus e deu algumas dicas de como enfrentar esse período conturbado com um pouco de sanidade mental. Entre as dicas citadas constam a importância de se fazer um filtro de informações, buscando fontes qualificadas e de confiança. “Não se deixe absorver por uma enxurrada de notícias negativas”. Além disso, ele indicou a importância de se fazer um planejamento para um futuro próximo; manter uma rotina diária, mesmo estando em home office; ter relações com pessoas de afeto, mesmo virtualmente; e ter momentos saudáveis para estar em família. “O ser humano precisa do contato pele a pele e também precisa do digital. Precisamos entender que uma coisa não se contrapõe à outra”. Para a psicóloga do MP Larissa Dantas, um dos aprendizados da pandemia é a certeza que “não temos controle absolutamente sobre nada, a nãos ser o nosso agir”.
Consequências do trabalho remoto na pandemia
Outro assunto abordado por Alessandro Marimpietri foi a necessidade de se desconectar do trabalho, que atualmente está sendo desenvolvido remotamente em boa parte das organizações, para não se ter esgotamento e adoecimento mental. “A primeira coisa que fazemos ao acordar e antes de dormir é acessar o smartphone. Não há mais aquela separação entre o mundo do trabalho e o mundo pessoal. Quem é da minha geração lembra que era muito inconveniente ligar para a casa de um colega para falar de trabalho depois das 21h, porque havia uma espécie de acordo silencioso de que o momento doméstico deveria ser apartado do trabalho. Isso é uma mudança que a tecnologia digital promoveu em nossas vidas”, destacou. No entanto, ele alertou que é importante que as instituições estejam atentas a isso. “Precisamos nos desconectar, senão adoeceremos”.
Outro fator de estresse gerado pelo trabalho remoto é o fato de que ele é desenvolvido no ambiente doméstico, portanto há uma sobreposição de tarefas que causam cansaço e esgotamento mental. “Ao mesmo tempo que você precisa fazer uma atividade do seu trabalho, precisa parar para colocar seu filho para assistir uma aula remota e preparar seu almoço”. Alessandro alertou ainda que as instituições precisam ficar atentas ao cansaço dos seus funcionários, ouvir o feedback e escutar seus colaboradores. “Tivemos uma mudança estrutural em todas as experiências humanas com a pandemia, que nos exige, há cerca de nove meses, um manejo de um estresse muito grande”.
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