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Semana do MP - Promotores discutem atuação integrada, unidade e independência funcional
O Ministério Público estadual promoveu, hoje (15), a palestra “Independência funcional e unidade: caminhos para uma atuação integrada”. O evento abriu o primeiro painel da Semana do MP, discutindo desafios, estratégias e caminhos para alcançar a integração e a soma de esforços nas atividades ministeriais.
A abertura foi feita pelo promotor de Justiça Tiago Quadros, coordenador do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf), que ressaltou a importância de motivar discussões sobre o tema. “Trazemos, hoje, um projeto de reflexão, buscando identificar nesse universo a possibilidade de se discutir, trabalhar e implementar independência funcional e unidade. São princípios aparentemente antagônicos, mas que dialogam e conseguem ter, na prática, viabilidade.” A abertura foi seguida pela apresentação da dupla de repentistas Zé Rodrigues e Paraíba da Viola, que versaram sobre as atividades e a relevância da união entre promotores.
O evento contou com a participação dos coordenadores dos centros institucionais do MP, representados pelos promotores de Justiça Patrícia Medrado, coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (Cesau), Márcia Rabelo Sandes, coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Criança e do Adolescente (Caoca) e Edvaldo Vivas, coordenador do Centro de Apoio Operacional dos Direitos Humanos (Caodh).
A palestra foi iniciada com a contribuição da promotora de Justiça Patrícia Medrado, que introduziu os objetivos da integração no MP. Segundo a coordenadora, busca-se otimizar a atuação ministerial em prol do interesse social, qualificar a prestação de serviços para a sociedade, fortalecer vínculos funcionais, impedir lacunas de atuação ministerial e tornar o MP mais forte, legitimando sua existência institucional.
Patrícia Medrado definiu a integração na instituição como o alinhamento de posicionamentos, pensamentos e ideias em prol do interesse social, conferindo a atuação ministerial resolutiva, eficiente e eficaz para transcender suas limitações subjetivas e conferir-lhe validade objetiva. “Integrar, então, passa a ser uma necessidade institucional para aprimorar o atendimento do interesse social. É isto que move a integração, pois atender em parte, resolver em parte, discutir em parte quem vai resolver aquele problema ou situação, fazendo o sujeito de direito aguardar a resolução, pode até encontrar fundamento no direito, mas não encontra amparo na justiça”.
Em seguida, a promotora de Justiça Márcia Rabelo Sandes abordou a experiência de troca entre os centros institucionais e os caminhos para alcançar a integração como partilha de conhecimento e estratégia efetiva para a resolução de demandas sociais. “A própria integração, em si, já é um ganho. Só na tentativa de integrar, já conquistamos muita coisa, porque a partilha de conhecimento já nos permite ver um outro Ministério Público, e foi essa experiência que vivenciamos nesses dois anos na coordenação dos nossos centros”.
Encerrando o primeiro painel da Semana do MP, o promotor de Justiça Edvaldo Vivas tratou dos principais desafios para a unidade e integração na instituição. Segundo o coordenador do Caodh, a integração pode ser uma ferramenta de autoconhecimento e cura e o principal empecilho para alcançá-la é o ego como forma de defesa. “O grande desafio da integração é o ego, não no sentido da vaidade, mas das nossas estruturas egóicas. Na segunda infância, acontece algo que se chama de ferida primordial, a gente veste uma armadura e vai para a vida. Quando a gente tira a armadura ao encontro do outro e o outro também precisa ter o trabalho e a disposição de tirar a armadura dele, é um processo muito difícil”.
* Fotos: Humberto Filho
* Estagiária de Jornalismo sob supervisão de George Brito (DRT-Ba 2927)
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