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Evento sobre saúde do homem marca programação do Novembro Azul no MP
Evento sobre saúde do homem marca
programação do Novembro Azul no MP
A imagem do homem forte, que não adoece, e, portanto, não precisa ir ao médico pode parecer ultrapassada e fora de uso, mas de acordo com os palestrantes do seminário 'Novembro Azul – Mês de Combate ao Câncer de Próstata', esse padrão sociocultural ainda constitui a maior barreira para que o homem se trate e descubra em tempo hábil doenças como o câncer de próstata. Voltado a servidores, membros do MP e à população de uma forma geral, o evento, realizado hoje, dia 18, na sede do Ministério Público estadual, no CAB, foi organizado pelo Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (Cesau). “Nosso objetivo é contribuir para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer, alertando o público masculino com relação à necessidade de prevenir e tratar o câncer de próstata”, destacou o coordenador do Cesau, promotor de Justiça Rogério Queiroz.
Na palestra de abertura, o urologista Bruno Sarmento, do Centro Estadual de Urologia (Cican), afirmou que desde a instituição do Novembro Azul, em 2003, a ideia era ter um mês dedicado a implementar uma mudança cultural, fazendo com que o homem buscasse a prevenção. “O câncer de próstata é o alvo dessa campanha, mas a realidade é que o homem não gosta de ir ao médico e assim não diagnostica uma série de doenças, muitas das quais, se tratadas a tempo, poderiam ser controladas quase sem dano ao paciente”, salientou o urologista que explicou que, a partir dos 40 anos, todo homem deve procurar o médico para fazer o exame laboratorial da dosagem do PSA, uma enzima que pode indicar alterações; e o exame de toque retal. “Somente de possse dos dois exames é possível partir para uma eventual biópsia e, só então, para um diagnóstico. Não adianta fazer um exame e fugir do outro”, frisou Sarmento, que apontou o preconceito como a principal causa da resistência dos homens em procurar o urologista, sobretudo para o exame de toque.
Segundo o médico, o resultado dessa negligência pode ser medido em números. Por ano, cerca de 60 mil novos casos de câncer de próstata são diagnosticados no Brasil, boa parte deles em estado avançado. “Por não procurar o médico na hora certa, muitas pessoas que poderiam se curar, acabam tendo que passar por cirurgias e enfrentando problemas ainda mais graves como a impotência, a osteoporose e a metástase”, frisou. Entre os principais fatores de risco para o câncer de próstata, o médico destacou o hábito de fumar, a idade avançada, a propensão genética hereditária e o sedentarismo. Ainda conforme o urologista, outro ponto preocupante é que, em sua fase inicial, o câncer de próstata não tem sintomas. “Quem só procura o médico quando sente dificuldade de urinar, apresenta sangramento na urina ou sente dores na região da próstata, pode atrasar em anos seu tratamento e até mesmo reduzir suas chances de cura”, salientou
Criada em 2009, a Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem foi o tema da palestra ministrada pela enfermeira Simone Coelho e pela assistente social Andréa Antunes, que atuam na área técnica de Saúde do Homem da Secretaria de Saúde do Estado. “Todos os levantamentos dão conta de que os homens ficam mais doentes e morrem mais cedo que as mulheres”, afirmou Simone, pontuando que, em média, uma mulher brasileira vive quase oito anos a mais que um homem. Além do câncer de próstata, entre as doenças que mais matam o homem, conforme as pesquisadoras, estão as patologias cardíacas, o diabetes, o colesterol e a pressão alta. “É preciso assegurar que o homem vá ao médico ao menos uma vez no ano para um exame geral, como faz a maior parte das mulheres”, destacaram as palestrantes, acrescentando ainda que, para a saúde do homem, é preciso investir numa cultura de paz. “Muitos homens morrem em acidentes de trânsito ou vítimas de algum tipo de agressão. Isso se dá por conta da mesma cultura ultrapassada que coloca o homem num lugar de força e invulnerabilidade, acabando por resultar numa agressividade autoafirmativa. É preciso mudar essa cultura para termos um homem, de fato, saudável”, concluíram.
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