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Práticas inovadoras e eficiência são temas de debate no segundo dia da Semana do MP
O ano de 2020 ficará registrado na história por conta da pandemia do coronavírus, que instaurou a prática do home office nas instituições, afastou as pessoas fisicamente mas, por outro lado, provocou um aumento considerável no uso das ferramentas tecnológicas. O home office se tornou uma realidade em grande parte das instituições que passou a utilizar ainda mais de práticas inovadoras em busca da eficiência e produtividade. Esse foi o tema que esteve em discussão no segundo dia da Semana do MP, que foi aberto com a palestra ‘Eficiência, produtividade e tecnologia – práticas inovadoras’, que foi ministrada pelo mestre em administração de empresas e marketing pela Universidade Internacional de Lisboa, Jaime Nogueira da Gama, sócio-executivo da Gartner. A palestra contou como debatedores o promotor de Justiça Fabrício Patury, que coordena a Comissão de Gestão da Informação do Ministério Público estadual (Cogi), e Yuri González, diretor de tecnologia do MP.
“Com a nova sociedade digital, a inclusão da tecnologia levou a um incremento exponencial de produtividade para as instituições que dela sabem se aproveitar”, destacou o promotor de Justiça Fabrício Patury. Ele ressaltou ainda a prioridade da gestão do MP em aumentar a produtividade e eficiência da Instituição com a criação do Cogi e o lançamento do projeto ‘Digitalize-se’, que levou a um incremento das promotorias digitais em todo o estado. que passaram de 7 para 800. “Passamos de sete para 800 o número de promotorias digitais. Além disso, houve um incremento nas promotorias integradas, que passaram de 14 para cerca de 150”, afirmou.
O evento foi aberto pelo promotor de Justiça Tiago Quadros, coordenador do Centro de Estudos e Aperfeiçoamento Funcional (Ceaf), que evidenciou a importância das ferramentas tecnológicas como “um instrumento essencial na nossa atividade diária”. O diretor de tecnologia Yuri González apresentou diversos projetos de sistemas que estão sendo desenvolvidos pela TI e as novas tecnologias que serão utilizadas pela Instituição em 2021. “Estamos incentivando a cultura interna da digitalização. Atualmente, temos 303 Promotorias de Justiça utilizando o extrajudicial eletrônico e cerca de 140 já estão integrados com o Processo Judicial Eletrônico (PJE) Cível”, afirmou.
O sócio-executivo da Gartner, Jaime Nogueira, falou sobre a importância das organizações reestruturarem a TI para obterem eficiência em suas atividades. “Devemos também repensar os medidores de performance e adotarmos uma nova abordagem voltada para o desenvolvimento de projetos”, destacou. Ele complementou que quase 70% das organizações governamentais relatam que estão buscando ser mais digitais, no entanto “somente 5% atingem esse objetivo”. Outro ponto abordado pelo palestrante foi o fato de que a pandemia causou uma reviravolta na sociedade, mas também atuou como mola propulsora em muitas áreas. “O Brasil ficou à frente no financiamento de novas iniciativas, na prestação de serviços de TI e na produtividade dos funcionários. Também avançou muito no home office e no desenvolvimento de canais digitais. Tudo isso conferiu uma atuação mais estratégica, que oferta mais produtos e serviços digitais”, destacou. Para Jaime Nogueira, outra tendência que começou em 2020 e vai continuar forte em 2021, é a distribuição de operações em nuvem, que podem ser acessadas de qualquer lugar.
Racionalização da atividade finalística
A programação da manhã contou ainda com a palestra ‘Racionalização da atividade finalística com foco em resolutividade e eficiência’, que foi ministrada pelo promotor de Justiça Pablo Almeida, e teve como debatedores a procuradora de Justiça Terezinha Maria Lôbo Santos e o promotor de Justiça Frank Monteiro Ferrari, coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Proteção à Moralidade Administrativa (Caopam). Na ocasião, o promotor de Justiça Pablo Almeida apresentou uma análise quantitativa a respeito dos números de inquéritos civis, Termos de Ajustamento de Conduta (Tacs) e ações civis públicas ajuizadas pelos promotores de Justiça nos últimos anos.
“Há uma tendência de redução no número de inquéritos civis e no número de tacs entre 2011 e 2019 no MP Brasileiro. Estamos com menos procedimentos de inquéritos civis instaurados e mais denúncias ofertadas. Mas precisamos ter um maior rigor de análise na instauração dos procedimentos, pois temos gasto um esforço enorme para arquivar a maior parte deles”, destacou o promotor de Justiça. Uma das propostas apresentadas por ele para resolver essa questão seria a criação de centrais de apoio técnico de fiscalização do cumprimento de Tacs e acordos. “A tecnologia pode nos ajudar bastante nessa questão. O MP precisa sair de uma atuação individual e partir para uma atuação que tenha mais resultados na seara coletiva”, afirmou.
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