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Mutirão para reconhecimento da paternidade tem início na região da Liberdade
Foram 15 anos. Mas, finalmente, o lavrador Everaldo Souza Lago, 42, reconheceu de forma oficial a jovem Emily como filha. Ele realizou nesta segunda-feira, 7, o procedimento para registrar seu nome na certidão de nascimento da adolescente. O reconhecimento aconteceu após a mãe de Emily, a dona de casa Débora Marli da Silva Rodrigues, 42, ter recebido notificação do Núcleo de Promoção da Paternidade Responsável (Nupar), do Ministério Público estadual, pelas mãos da diretoria da escola onde a filha estuda, para comparecer ao Centro de Educação Profissional em Gestão, Negócios e Turismo Luiz Navarro Brito, situado em Queimadinho, na Liberdade.
“Ele vai ter que registrar”, afirmava Débora, minutos antes de Everaldo chegar ao Centro, vindo do município de Cachoeira. Os dois assistiram juntos à palestra da assistente social Ângela Almeida, no primeiro dia do mutirão de ações que o MP, por meio do projeto Paternidade Responsável realiza até o próximo dia 15, na região da Liberdade, com palestas e atendimentos à população, para agendamento de audiências na sede do Nupar, em Nazaré, onde são concluídos os procedimentos de reconhecimento e realizados outros serviços, como acordo de alimentos.
Débora contou que Everaldo foi embora da Liberdade, em Salvador, para a cidade de Cachoeira logo após saber dela que estava grávida de oito dias. “Tinha muita dificuldade de localizar onde ele mora. Há cinco anos ele voltou, não quis registrar e sumiu de novo. Somente agora, consegui contato com ele e falei sobre a convocação do MP”, disse. Everaldo afirmou que mora na zona rural e o pouco que ganha com o trabalho, “apenas para comer”, lhe trazia e traz dificuldades. Logo após a palestra, o ex-casal foi para o Nupar e lá formalizaram o reconhecimento da paternidade.
Na palestra, Ângela Almeida falou sobre a importância da presença paterna na formação psicossocial da criança e explicou porque as notificações do MP são entregues diretamente às mães. “A responsabilidade também é nossa, como mães, é conjunta”, afirmou. E pediu que elas devem ser “agentes multiplicadores”, para orientar vizinhos, parentes e amigos com filhos sem registro de paternidade, estimulando-os a procurar o MP. Hoje, dia 8, a palestra e o pré-atendimento ocorre, pela tarde, na Escola Municipal Abrigo Filhos do Povo, na Rua Direta da Liberdade.